ENTREGA DOS PODRES: Delação de ex-ajudante de ordens pode “assar” batata de Bolsonaro e agravar ainda mais situação do “mito” com a Justiça

ENTREGA DOS PODRES: Delação de ex-ajudante de ordens pode “assar” batata de Bolsonaro e agravar ainda mais situação do “mito” com a Justiça
Batata bolsonarista passou a ser “assada” mais rápido, com o recente anúncio de que a Polícia Federal (PF) aceitou fechar um acordo de delação premiada com o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A decisão de Cid entregar “os podres” que ainda restam ocultos nas entranhas do Palácio do Planalto, na gestão anterior, ganhou as manchetes da Imprensa brasileira na véspera do feriado dia 7 de Setembro. No entanto, a decisão só passará valer após ser analisada pelo Ministério Público Federal (MPF) e homologada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o que deverá ocorrer em breve. As informações que circulam na mídia é que Mauro Cid "de livre e espontânea vontade" acompanhado pelo seu advogado, Cezar Bitencourt, dirigiu -se ao gabinete do ministro Alexandre de Moraes no final da tarde de quarta-feira (6) e anunciou o propósito de delatar fatos ainda não totalmente revelados sobre o esquema das joias surrupiadas do acervo da nação. “Braço-direito” e assessor da “copa e cozinha” do então presidente da República, os dois formavam uma dupla tipo "tripa e bofe", tão unidos que eram, que a delação de Cid, caso seja aceita, mesmo ainda sem se saber quais casos serão relatados, já está causando estragos incalculáveis na imagem de probidade que Bolsonaro tentou cultivar. A expectativa dominante (principalmente entre Jair Bolsonaro e seguidores mais próximos) é que a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro ficará ainda mais complicadíssima. Para ter sua colaboração aprovada pela Justiça, o coronel tem que não só prestar depoimentos, mas também apresentar provas. O tenente-coronel participou diretamente do caso das joias desde quando começou rolo. No final do governo, Cid despachou um auxiliar para tentar resgatar um kit de joias cravejadas de diamantes que a casal Jair e Michelle Bolsonaro receberam da Arábia Saudita. Por terem alto valor, as joias tinham sido retidas pela Receita Federal no aeroporto de Guarulhos. O ex-ajudante de ordens, conforme já investigado, operou a venda de outros objetos de valor que Bolsonaro recebeu como presente na qualidade de chefe de Estado. Os itens deveriam ter sido restituídos à União, mas foram despachados para venda nos Estados Unidos. Além do caso da venda ilegal de joias recebidas por comitivas da Presidência da República, Cid também é investigado por estar envolvido com o escândalo da invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) pelo hacker Walter Delgatti Netto e a falsificação de cartões de vacina da família de Bolsonaro, motivo esse que motivou a sua prisão preventiva em maio deste ano. Os itens de luxo deveriam ser incorporadas ao acervo da União, mas foram omitidos do conhecimento dos órgãos públicos, negociados para fins de enriquecimento ilícito e entregues em dinheiro vivo para o ex-chefe do Executivo, conforme a PF. Cid sabia que joias não podiam ser vendidas. O temor de Bolsonaro e seu círculo íntimo é de o delator apresentar provas de que fez toda a corrupção cumprindo ordens do “mito”.