“GENERAL QUE NÃO PODE SER CHAMADO DE SEU”: É o caso do então comandante do Exército que entra para a História por ter ameaçado dar voz de prisão a Bolsonaro, se este insistisse com tentativa golpista

 “GENERAL QUE NÃO PODE SER CHAMADO DE SEU”: É o caso do então comandante do Exército que entra para a História por ter ameaçado dar voz de prisão a Bolsonaro, se este insistisse com tentativa golpista
 Por Mário Marques de Almeida Reprodução: Arquivo internet Assim como as Forças Armadas nunca foram “minhas”, dele, no caso, conforme gostava de se jactar (“Minhas Forças Armadas”) o ex-presidente Jair Bolsonaro, tratando essas instituições de Estado como se fossem “brinquedinhos” dele – aliás, ele próprio um ex-oficial de baixa patente do Exército que foi expulso das fileiras, por ter cometido reiterados atos de indisciplina no começo de sua desastrada carreira, mas por um desses “apagões” cívicos inexplicáveis à luz da ciência política e do ordenamento institucional minimamente imaginável, chegou à Presidência da República! Quase lançando o País na posição desonrosa de “periferia” do mundo, no estilo “republiquetas bananeiras” ou de jovens e obscuras nações africanas, que buscam firmar suas democracias recentes, enfrentando seguidas rupturas nessa caminhada civilizatória do que é uma das maiores conquistas de Civilização, o Estado Democrático de Direito! E tanto não eram, não são e jamais as Forças Armadas brasileiras serão uma espécie de “cercadinho armado” de Bolsonaro e seus áulicos, fardados ou não, que as instituições republicanas resistiram ao vendaval golpista que pairava sobre a nação, sob a égide do bolsonarismo desvairado. Vencendo o esquema sórdido daqueles que supostamente vinham arquitetando, nos porões do Palácio do Planalto, um projeto criminoso de golpe de Estado que só não foi consumado porque faltou respaldo militar – mais precisamente, do então comandante do Exército – general Marco Antônio Gomes Freire -, do Comandante da Aeronáutica, brigadeiro Carlos de Almeida Baptista Junior, e apenas o chefe da Marinha, almirante Almir Gabriel, havia consentindo em apoiar a “quartelada”. O general em questão merece lugar de honra na História, se verdadeiras as participações dele, em enfrentamento corajoso à tentativa de Jair Bolsonaro de cooptar seu apoio a golpe em gestação, como "ovo da serpente", teria dito ao ex-presidente que seria obrigado a prendê-lo, caso este insistisse com a trama golpista.  São os relatos que chegam ao conhecimento público de trechos das delações do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e que fora transformado, durante os 4 anos a serviço do mau chefe em “serviçal” subserviente, um “mandalete de luxo”, digamos assim. Mas, eis que Cid, que jogou fora o que poderia ser uma carreira brilhante no oficialato (ao contrário da trilhada pelo capitão), corrige em parte seus desatinos e nos traz, com suas revelações de bastidores do poder podre que frequentou, uma contribuição valiosa à história ainda atual do Brasil. Pelo fato de que o tenente-coronel desvenda esses crimes em tempo hábil, o que pode subsidiar decisões judiciais capazes de prevenir e punir. com o rigor da lei, novas e eventuais tentativas de que esses episódios possam voltar a ameaçar a constitucionalidade brasileira. Menos mal. Mário Marques de Almeida é jornalista em Cuiabá, fundador, entre outros órgãos do jornalismo local, do site e jornal Página Única