“QUEM SOBREVIVER, VERÁ”: Eleições em Cuiabá deverão ser definidas em dois turnos, é o que aponta desde já os rumos para essa disputa

“QUEM SOBREVIVER, VERÁ”: Eleições em Cuiabá deverão ser definidas em dois turnos, é o que aponta desde já os rumos para essa disputa urna
ANALISE POLÍTICA E ELEITORAL Por Mário Marques de Almeida O pleito eleitoral do ano que vem, segundo apontam desde já indicativos dos rumos políticos, deverá se encaminhar para dois turnos. Com grandes possibilidades de ser disputado entre o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, que deverá migrar do União para outra legenda, caso queira viabilizar o seu nome, e o deputado Lúdio Cabral (PT) ou em enfrentamento com Abílio Jr, de extrema-direita, que deverá ser o candidato do bolsonarismo. A disputa na Capital mato-grossense, com muita probabilidade, terá ainda o ex-deputado federal e atual chefe da Casa Civil, Fábio Garcia, que insiste em sua candidatura a prefeito, é o preferido do governador Mauro Mendes e vem anunciando que não arreda pé de seu projeto (o que, aliás, é legítimo no sistema democrático). Considerando esses quatro nomes, que realmente têm peso político e eleitoral, pelo menos mais uma ou duas candidaturas deverão concorrer, mas sem chances de interferir no encaminhamento que se desenha para as eleições municipais de 2024, no tocante à Cuiabá. Nesse contexto, Abílio deverá ser o candidato que vai atacar a tudo e a todos, radicalizando a disputa com viés ideológico extremado, conforme é do seu estilo. Deverá manter esse alinhamento, até para sobrevivência do seu discurso, e não pode ser descartado de ir ao segundo turno, com quem? Diante dessa hipótese de se ter um extremista em uma das vagas no segundo turno, o espaço eleitoral se estreita e a disputa entre o radical, que trabalha na desconstrução do próprio sistema eleitoral e, principalmente, de seus potenciais concorrentes e adversários, deverá ser com Botelho ou Lúdio. Caso isso não ocorra e Abílio ficar esvaziado por seu conteúdo extremista (que costuma amedrontar o eleitorado mais de centro, mas agrada defensores do “quanto pior, melhor”), o segundo turno tem chances de ser definido entre Botelho e Lúdio. Levando em conta essa conjuntura, a vitória, como geralmente ocorre e a experiência de outras pleitos nos mostra isso, deverá ser daquele que viabilizar mais apoio junto aos que ficarão de fora dessa final. E os dois lados têm chances de vencer, até porque não há empate nessas definições. Mário Marques de Almeida é jornalista e atua em consultoria política e marketing eleitoral. Nessa atividade já atuou no assessoramento de várias campanhas, ao longo de mais de 40 anos de trabalho.