RedaçãoEm depoimento à Controladoria-Geral do Estado (CGE), o ex-governador Silval Barbosa assumiu sua parcela de responsabilidade nos esquemas de desvios de verbas ocorridos durante sua gestão, porém, frisou que a corrupção na máquina pública não é “exclusividade” do período que governou o Estado (2010 a 2014), mas já vinha de administrações anteriores à chefiada por ele..“Em um processo como esse, do jeito que estava atribuindo que todas as coisas erradas era só o Silval, o Silval que tinha participado. Não estou querendo atribuir coisas que pessoas não fizeram", diz.   Prosseguindo, afirma: "Eu só estou colaborando com a justiça e relatando as coisas erradas que foram cometidas e quem participou e quem se beneficiou. De empresários a políticos. E é essa postura que decidir adotar”, disse o ex-chefe do Executivo estadual em seu terceiro depoimento consecutivo na CGE.O ex-gpvernador relatou nomes de pelo menos 104 empresas e pessoas que mantinham relações espúrias em sua gestão, muitas das quais já vinham atuando em governos anteriores e várias delas, segundo o ex-governador, continuam mantendo contratos no atual governo.Os nomes das empresas e representantes citados na CGE constariam também da delação premiada firmada por Silval Barbosa junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) e homologada pelo ministro Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF). O ex-governador lamentou o ”sistema onde políticos acham que podem se beneficiar usando empresários e a grande maioria dos empresários também se beneficiam e depois querem se passar por vítima”, disse. “Esquemas continuam acontecendo. Já aconteceram nos governos passados e continuam acontecendo. A maioria das empresas que negociaram com o meu Governo, continuam negociando. Esse é um sistema endêmico e espero que depois da minha colaboração, não aconteça mais”, declarou Silval Barbosa."Eu só toquei o que toquei de obras porque fui cedendo à pressão, extorsão, de setores, de órgãos de controle, de deputados e assim por diante. Falam das obras da Copa, que são mal feitas, mas se não fossem essas obras nós teríamos hoje uma cidade intrafegável", finalizou.