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Fávaro diz que alimenta desejo de ser candidato a governador, mas nega ter procurado Wellington Fagundes em busca de apoio contra Pedro Taques
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23/01/2018 - 12:00
FATA
Redação
Continua “rendendo panos pras mangas”, como se diz, a entrevista do senador Wellington Fagundes (PR), no último sábado, em Chapada dos Guimarães, quando afirmou a jornalistas que o “vice-governador Carlos Fávaro (PSD) o havia procurado, em Brasília, para pedir apoio da oposição para sair candidato a governador contra Pedro Taques”, que, como é público e notório, postula a reeleição. Wellington ainda deixou claro que, para conseguir esse aval da oposição à sua candidatura ao Governo do Estado, o atual vice estaria “disposto a romper politicamente com o governador Pedro Taques”, caso fosse preciso.
A fala do senador republicano repercutiu no meio político e foi o principal assunto da mídia, desde domingo até agora, sendo inclusive interpretada por muitos como um gesto de "traição" de Fávaro a Taques.
Na esteira dessa entrevista, o próprio governador - no que agiu de forma hábil – saiu em defesa de seu vice, afirmando que não acreditava que Carlos Fávaro tenha tentado traí-lo, por se “tratar de um companheiro leal. Prefiro acreditar nele do que em Wellington”, resumiu Taques.
Para observadores políticos, a declaração do governador foi habilidosa, por esvaziar o conteúdo da fala de Wellington – este sim um adversário em uma eventual disputa pelo comando do Estado com potencial de agregar votos bem mais que Fávaro.
Ao mesmo tempo que, com essa defesa, coloca o seu vice numa saia-justa que dificulta Fávaro articular projeto para sair candidato a governador em um enfrentamento direto com o governador que disse “confiar nele e consderá-lo leal”.
Por outro lado, a declaração do senador não pode ser vista como "barbeiragem" política, um erro na estratégia oposicionista de tentar derrotar Pedro Taques em 2018, mas, sim, como uma espécie de tática para “limpar a área” com relação a outros possíveis concorrentes para que o próprio Wellington seja ele o candidato a governador.
Trata-se de uma hipótese, mas não pode ser descartada na atual conjuntura onde todas as forças políticas e suas principais lideranças estão se movimentado com vistas as eleições de outubro.
Nesse cenário pré-eleitoral, mas importante para montagem do que vai ocorrer na campanha vindoura e seu resultado final nas urnas, o próprio vice-governador Carlos Fávaro (PSD), em entrevista ao Diário de Cuiabá, que circula nesta terça-feira (22), negou que tenha procurado Wellington para conversar especificamente sobre política e candidatura, mas encontrou-se em Brasília e conversaram informalmente no final do ano passado.
“Realmente nos encontramos em Brasília em novembro do ano passado de maneira informal. Na conversa disse que tenho vontade de ser candidato sim a majoritária. E quem não tem? Isso pode ocorrer em 2018, 2022 ou mais pra frente. Isso dependerá da conjuntura momentânea e uma série de fatores. Foi apenas isso. Acho que o senador Wellington se empolgou com a conversa, mas ainda tem muita água para passar por de baixo da ponte. Tudo é muito cedo”, disse o vice.
Leia abaixo trechos de sua entrevista ao Diário de Cuiabá:
De acordo com o presidente estadual do PSD, ele deixou claro que o PSD terá uma postura de dialogar com todos os partidos possíveis para definir o seu projeto em 2018. “Naquele dia me perguntaram se o PSD tinha preconceito em uma possível aliança com os partidos que estão na oposição ao nosso governo. E eu disse que o PSD conversará com todos os partidos que o procurar para debater política eleitoral. Essa é uma postura que sempre tive que é do diálogo. Agora conversar não significa decidir apoio. Isso ocorrerá somente nas convenções em junho. Mas quem quiser conversar com o PSD, nós vamos ouvir e falar também”, explicou.
O vice-governador também lembrou que a cúpula nacional do PSD vem analisando o papel protagonista que a sigla tem em Mato Grosso. Já sobre uma possível candidatura ao governo do Estado, Fávaro disse que ainda é cedo, mas que a possibilidade existe.
“O PSD é um partido muito grande em Mato Grosso com a maior bancada na Assembleia Legislativa e com vários prefeitos e vereadores. Hoje nós fazemos parte do governo Pedro Taques (PSDB) e da base que dá sustentação a esse governo. Esse é o nosso compromisso atual. Mas nada impede que a sigla decida tomar novos rumos. Se o PSD lançar candidatura à presidência da República com o ministro da Fazenda Henrique Meireles (PSD) ou do próprio presidente do partido, o ministro da Ciência e Tecnologia, Gilberto Kassab (PSD), aí teríamos que construir um palanque aqui, por exemplo. Então tudo é muito cedo, mas nada é impossível”, analisou Carlos Fávaro.
Atualmente o PSD é uma das maiores siglas de Mato Grosso, tendo o vice-governador Carlos Fávaro e a maior Bancada de deputados estaduais com Gilmar Fabris, Pedro Satélite, José Domingos Fraga, Leonardo Albuquerque, Ondanir Bortolini (Nininho), Wagner Ramos. Além disso, o partido possui 44 prefeitos e vice-prefeitos, 238 vereadores.