ANÁLISE: O agronegócio tem força econômica e influência política, mas não é bom “puxador” de votos
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29/01/2018 - 13:06
cabeça15
Redação
O segmento representado pelo agronegócio tem inegável força especialmente em Estados, a exemplo de Mato Grosso, cuja principal base econômica são as atividades agropecuárias. Mas essa influência econômica e política, no entanto, necessariamente, não é traduzida em votos para candidatos com origens no agro.
Com excessão do megaempresário Blairo Maggi (PP), ex-governador e atual senador, que ocupa o cargo de ministro da Agricultura, no staff de Michel Temer, a inserção do agronegócio é pequena em termos de mandatos eletivos, basta ver a composição da Câmara dos Deputados, em Brasília, ou da Assembleia Legislativa aqui em Mato Grosso.
Na representação de Mato Grosso na Câmara, com excessão de Adilton Sachetti, nenhum dos demais sete deputados, pode-se dizer, têm origens políticas no agronegócio. Nem mesmo o tucano Nilson Leitão, líder de uma frente ruralista, mas que começou sua carreira sem ter sido eleito por esse forte segmento da economia mato-grossense.
Já na Assembleia Legislativa, onde pontificam deputados que foram eleitos por vários grupos, nenhum deles representa genuinamente o agro, embora, quando necessário e cooptados, votam projetos favoráveis ao setor.
Um outro exemplo mais elucidativo de que o setor não é bom puxador de votos tanto quanto é influente, inclusive junto aos poderes constituídos e também com a mídia, pode ser visto em Rondonópolis – capital do agronegócio em Mato Grosso é um dos principais polos nacionais desse ramo da economia;
“Se o agro fosse esse ‘bicho-papão’ eleitoral, tão temido como reverenciado por muitos, Zé do Pátio, um político com trajetória iniciada nos movimentos populares, dificilmente seria eleito prefeito, e por dua vezes, daquele município”, exemplifica um veterano observador da política local e do Estado.