Pedro Taques intensifica gestões para diminuir impacto de dívida dolarizada que penaliza finanças de MT

 Pedro Taques intensifica gestões para diminuir impacto de dívida dolarizada que penaliza finanças de MT pedro taques
Redação   Desde que tomou posse em janeiro de 2014, uma das preocupações do governador Pedro Taques tem sido o volume de despesas financeiras das dívidas estaduais e a ecalada de aumentos de gastos públicos com o chamado custeio da máquina estatal. Diante da crise financeira que se abateu sobre as finanças do Estado e que tem diversas origens, sendo uma delas a dívida dolarizada contraída na administração passada, o chefe do Executivo vem empreendendo várias gestões para diminuir os impactos negativos sobre os cofres públicos mato-grossenses.Com esse intuito, ele comandou reunião com representantes do Bird, instituição financeira que pode comprar parcela da dívida externa de Mato Grosso, oferencendo taxas bem abaixo das que o Estado hoje paga. A Comissão de Financiamentos Externos (Cofiex), coordenada pela Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério do Planejamento, Desenvolvimento e Gestão (Seain/MP), recomendou a preparação do projeto para que Mato Grosso renegocie a dívida dolarizada. Diante do parecer, o Governo do Estado deu continuidade às tratativas com o Banco Mundial (BIRD) e, nesta quinta-feira (01.02), o governador Pedro Taques, os secretários de Fazenda, Rogério Gallo, e de Planejamento, Guilherme Muller, se reuniram com representantes da instituição financeira.  A decisão da Cofiex, de janeiro, veio em resposta à carta-consulta enviada pelo Executivo sobre a troca do credor Bank of America pelo BIRD. A recomendação da Comissão é o primeiro passo para que o Estado possa renegociar o empréstimo com a garantia da União.“Esta negociação com o Banco Mundial é muito importante para o Estado de Mato Grosso porque pretendemos não somente obter condições mais favoráveis para reduzir o valor da dívida em dólar a ser pago nos próximos anos, mas também contar com o apoio do BIRD para nos auxiliar como consultoria nas reestruturações necessárias para Mato Grosso alcançar o equilíbrio fiscal”, afirmou o governador.As tratativas sobre a compra da dívida do Bank of America pelo BIRD tiveram início em 2017, com reuniões periódicas realizadas pela Secretaria de Estado de Fazenda (Sefaz) com representes do Banco Mundial e da Secretaria do Tesouro Nacional (STN).O economista-chefe do BIRD para o Brasil, Antônio Nucifora, reafirmou o interesse do banco em apoiar Mato Grosso. “Naturalmente apuramos que ainda existem desafios a serem enfrentados nos anos que virão, mas identificamos que um avanço enorme foi feito com a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal, do Teto dos Gastos, mas que com certeza ainda o Estado está em uma fase de transição e que, talvez, mais tenha que ser feito no futuro próximo”, reafirmou Nucifora, citando a necessidade de medidas estruturantes.Com a efetivação da mudança de credor, a previsão é a de obter economia efetiva real na dívida dolarizada, com a redução dos juros de 5%, para 2,5%. O estoque da dívida atual é de US$ 331,300 milhões.“Agora entramos em mais uma fase da negociação sobre as condicionantes para que Mato Grosso formalize o pedido da troca do credor junto à Secretaria do Tesouro Nacional (STN), pois é uma operação que continuará tendo a União como avalista. Mas é preciso um ajuste muito rígido para definitivamente rumarmos para a recuperação fiscal do Estado”, afirma o secretário de Fazenda, Rogério Gallo.Segundo o gestor, como as negociações já vinham sendo acompanhadas pela STN, existe a expectativa de que o novo contrato esteja em vigor a partir do segundo semestre. Em março o Executivo pagará a primeira parcela anual ao Bank of America, de US$ 35 milhões.O secretário de Planejamento lembra que a aprovação do Regime de Recuperação Fiscal (RRF) pela Assembleia Legislativa foi um passo importante. “Nesse contexto de negociação, é fundamental já termos o regime, que está sendo levado em consideração como uma premissa pelo banco”.A reunião desta quinta-feira também contou com as presenças do secretário da Casa Civil, Max Russi, e do adjunto Executivo da Sefaz, Vinícius Saragiotto. Comissão recomenda troca de credor e BIRD aponta que ajuste fiscal terá que ser mais rígido