Hipocrisia eleitoral que limita em R$ 5 milhões campanha para o Governo ou Senado em MT, ao invés de conter abuso econômico pode alimentar caixa 2
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05/02/2018 - 12:52
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RedaçãoNão é de agora que vozes mais sensatas e abalizadas da política nacional e do próprio Judiciário vêm afirmando que a reforma política e eleitoral no país, com os estreitos limites impostos para as campanhas majoritárias nos Estados, com o fim das doações de empresas, ao invés de coibir os abusos de poder econômico, podem, isto sim, desencadear um volume maior de caixa dois – doações por fora e não contabilizadas e nem sempre representadas por dinheiro, mas também como a oferta de veículos e aviões para viagens de candidatos e assessores.Isto porque, é inconcebível no caso de Mato Grosso, de grande extensão territorial, mas baixa densidade populacional e com grandes distâncias a percorrer, que os gastos máximos permitidos, segundo as novas normas, por exemplo, para fazer a campanha de um governador ou senador da República estejam orçados em R$ 5 milhões.Uma quantia expressiva em outras circunstâncias, porém é mixaria que mal banca a contratação de uma equipe razoável de marketing e produção de programas de Rádio e TV, sem falar em mídia impressa e panfletagem. E não levando em consideração também os custos com deslocamentos, alimentação e hospedagem dessas equipes, demais assessorias e os próprios candidatos.O orçamento dessas despesas de “faz de conta” é mais uma página da hipocrisia que marca, desde muito tempo, o cenário eleitoral brasileiro e suas fontes de financiamentosNo caso da campanha ser bancada por fundo público (verba do Tesouro nacional), como vai acontecer doravante, pode melhorar um pouco para as pequenas legendas – que quase nada tinham antes -, mas pode obrigar os grandes partidos, com números maiores de candidatos majoritários e proporcionais, a serem tentados a buscar “alternativas” adicionais para financiar suas grandes campanhas eleitorais, mesmo com o rigor da fiscalização prometida pelo MP e Justiça.