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Brasil atinge 186 mil morte por Covid, mas presidente diz que "pressa por vacina não se justifica"
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20/12/2020 - 08:40
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O presidente Jair Bolsonaro chegou a virar o maior “garoto-propaganda” no país da hidroxicloroquina, recomendando-a para tratamento da Covid-19. No auge da pregação bolsonarista, a procura pelo remédio foi tanta que o produto chegou a faltar nas farmácias de todo o Brasil, mesmo sem haver nenhuma comprovação científica sobre a eficácia desse remédio para combater o Coronavírus. Em tempo: a cloroquina ou hidroxicloroquina é recomendado para tratamento da malária e, assim mesmo, contém contraindicações. Ainda bem, as instituições médicas brasileiras se recusaram seguir a "prescrição" de Bolsonaro e não orientaram os profissionais da Saúde a receitar o anti-malárico para tratamento da Covid-19.
'A pandemia realmente está chegando ao fim, os números têm mostrado isso, estamos com pequena ascensão agora', diz Bolsonaro,
O presidente Jair Bolsonaro afirmou, em vídeo publicado nesse sábado (19), que a pressa por uma vacina contra a Covid-19 não se justifica e voltou a dizer que a pandemia está no fim, na mesma semana em que o Brasil bateu novo recorde diário de novos casos e passou de 186 mil mortos pela doença.
“A pandemia realmente está chegando ao fim, os números têm mostrado isso, estamos com pequena ascensão agora, chama-se pequeno repique, que pode acontecer, mas a pressa da vacina não se justifica porque você mexe com a vida das pessoas”, disse Bolsonaro em entrevista ao filho e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP).
“Você vai inocular algo e você, seu sistema imunológico, pode reagir de forma ainda de forma imprevista e você não pode, sem que passe pela Anvisa, sem que tenha certificação, que você bote a vacina no mercado”, acrescentou.
Enquanto países como Reino Unido e Estados Unidos já começaram a vacinar suas populações, o Brasil ainda não tem nenhuma vacina sequer com pedido de uso emergencial apresentado junto à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, anunciou na quinta-feira que o país pode ter 24,5 milhões de doses de vacinas para iniciar a imunização em janeiro, dependendo das aprovações regulatórias.
Bolsonaro, que já afirmou diversas vezes que não vai tomar a vacina contra a Covid-19, disse, no entanto, que qualquer vacina que for autorizada pela Anvisa será comprada pelo governo e distribuída para todo o país.
“Alguns estão afoitos para tomar, querem se imunizar, mas, às vezes, um pouco mais de paciência, acho que a prudência é importante”, afirmou.
Neste sábado, o Brasil superou a marca de 186 mil mortes pela Covid-19, no momento em que enfrenta uma aceleração dos casos diante da queda da adesão ao isolamento social e até mesmo do uso da máscara.
Na quarta-feira, o Brasil bateu um novo recorde diário de novos casos, com mais de 70 mil infecções.