Atrasos recorrentes na saúde é “marca registrada” de Emanuel Pinheiro; profissionais há seis meses sem receber são obrigados a paralisar serviços
Atrasos recorrentes na saúde é “marca registrada” de Emanuel Pinheiro; profissionais há seis meses sem receber são obrigados a paralisar serviços
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08/01/2021 - 02:53
Atrasos de seis meses da gestão do prefeito Emanuel Pinheiro a prestadores de serviços médicos ao município já afetam o atendimento de grandes parcelas da população cuiabana – as pessoas mais carentes – que dependem de assistência médica e hospitalar. Chama atenção o fato que não é a primeira vez que isso ocorre, pois no primeiro mandato do prefeito esses atrasos eram recorrentes.
É o caso da empresa que presta serviços médicos para o Hospital São Benedito e o Hospital Municipal de Cuiabá (HMC) que tem a receber da Prefeitura de Cuiabá R$ 2,48 milhões. O montante é para quitar salários de profissionais contratados, muitos dos quais por estarem sem receber há vários meses não têm mais condições para trabalhar.
Pela falta de pagamentos, desde o início de dezembro a empresa paralisou os atendimentos eletivos no HMC, atendendo somente os casos de urgência e emergência. Existe ainda a possibilidade de paralisação total dos serviços por falta de profissionais.
Segundo a LB Serviços Médicos LTDA, já são 6 meses de atrasos nos pagamentos referentes aos serviços no São Benedito, gerando uma dívida de R$ 1.030.348,02 e 9 meses sem repasse para os atendimentos no novo Pronto-Socorro, somando R$ 1.453.489,16.
Essa não seria a primeira que os pagamentos atrasam. Em outros momentos do contrato foram realizadas paralisações e adiamento de procedimentos por causa dos atrasos nos repasses.
São mais de 40 médicos que prestam atendimento em turnos de 24 horas nas duas unidades e, pela falta de repasses, também estão com salários atrasados, chegando a 6 meses sem receber. Alguns deles já notificaram a empresa que não vão mais atuar nos atendimentos aos hospitais.
Fica estranho esses atrasos quando se sabe quea prefeitura recebeu recursos emergenciais para o combate à pandemia da covid-19. Foram, até dezembro de 2020, R$ 501.045.513,59 do Fundo Nacional de Saúde, dos quais sendo R$ 283.899.841,04 foram destinados à média e alta complexidade ambulatorial e hospitalar.
Outro lado
Por meio da assessoria de imprensa, a Empresa Cuiabana de Saúde Pública informou que está tomando as medidas necessárias para regularizar os pagamentos junto à empresa prestadora de serviços médicos até a próxima terça-feira (12).
"Imperioso salientar que todo início de ano registra-se atraso dos repasses referentes ao teto de Assistência Ambulatorial de Médio e alta Complexidade (MAC) ao Município o que impacta diretamente na quitação de despesas, acarretando em déficit para área", diz trecho da nota.