Wilson Santos diz que troca de VLT por BRT corrige distorção na escolha do modal e poderá evitar guerra judicial que pode durar 30 anos

Wilson Santos diz que troca de VLT por BRT corrige distorção na escolha do modal e poderá evitar guerra judicial que pode durar 30 anos VLT - vagões
O deputado estadual Wilson Santos (PSDB), visto como um dos políticos mais experientes do Estado, nos últimos anos vem se debruçando sobre a rumorosa questão envolvendo o modal sobre trilhos - o VLT – que deveria ligar Cuiabá ao aeroporto Marechal Rondon, em Várzea Grande, cuja inauguração era prevista para Copa do Mundo de 2014 e que, passados mais de 7 anos, virou um amontoado de trilhos e vagões abandonados. Além de ter consumido, nesse período que está “encravado”, a soma de 1 bilhão de reais, importância que segundo as investigações e delações ajuizadas foi desviada, em grande parte, para atender esquemas de corrupção na gestão do ex-governador Silval Barbosa. A paralisação da obra, também se tornou um dos maiores escândalos do país no quesito mobilidade urbana e já foi – e é – alvo de centenas de reportagens e artigos da mídia local e nacional. Uma exposição que denigre a imagem de Mato Grosso. Pragmático m suas observações, Santos não tem entrado no mérito – como acontece na maioria das abordagens veiculadas sobre o assunto – qual o modal é melhor: VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) ou BRT (Bus Rápid Transit). No entendimento do parlamentar, os dois sistemas são bons, mas, diante das roubalheiras que criaram a judicialização intensa sobre o VLT, um processo que para desencalhar deve demorar até três décadas, a opção pelo BRT – aliás, decidida pelo governador Mauro Mendes em oposição à manutenção do projeto do VLT, defendido pelo prefeito Emanuel Pinheiro - se afigura como a mais correta e viável, tanto quanto prazo mais curto para execução e economia de gastos. “Atualmente há quatro ações tramitando na justiça. Isso não vai acabar tão cedo. É briga para 10, 20, 30 anos”, explica o parlamentar. Em seu extenso currículo de quase quatro décadas na vida pública, Wilson Santos ostenta o de vereador na Capital, no início de sua carreira, prefeito por duas vezes de Cuiabá, mandato na Câmara dos Deputados e hoje em seu quarto mandato na Assembleia Legislativa. Todos esses cargos conquistados nas urnas, além de secretário da prefeitura e Cuiabá, na gestão de Dante de Oliveira, e o de secretário de Estado. Cabedal, portanto, é que não falta para Wilson Santos discorrer sobre VLT, BRT e muitos outros temas referentes a Cuiabá e Mato Grosso. Trajetória Os percalços na lamentável trajetória do VLT vieram `à tona em 2017 com a "Operação Descarrilho" da Polícia Federal (PF) . A entrada da PF em cena foi decorrente de investigações do Ministério Público Federal. No “acidentado” percurso do modal, a PF descobriu que durante a implantação do VLT, por volta de 2012, foram praticados crimes de fraude em licitação, associação criminosa, corrupção ativa e passiva, peculato e lavagem de dinheiro. Fatos desabonadores que levaram Mato Grosso, já no governo de Pedro Taques, a rescindir unilateralmente o contrato para execução da obra com o Consórcio VLT. As denúncias foram confirmadas Silval Barbosa que, em sua delação premiada, afirmou que o projeto inicial era implantar o BRT, mas houve a troca de modal para viabilizar recebimento de propina na ordem de R$ 18 milhões. “As pessoas que fizeram isso foram condenadas por fraudarem o relatório que dizia que Cuiabá e Várzea Grande comportavam o BRT. Elas foram condenadas e cumprem pena porque foram tão indecentes que só mudaram o número e a conclusão do laudo. Eles mantiveram o mesmo parecer com o mesmo número”, relata Wilson Santos.