Mesmo com os preços dos combustíveis caros e com viés de mais alta, uma parcela significativa da população motorizada de Cuiabá colocou seus carros para circular nas principais ruas e avenidas da Capital, na manhã deste sábado, em ato de protesto onde a palavra de ordem era o “Fora Bolsonaro”. Com carros de som, muitas falas e faixas, os manifestantes externaram sua indignação, porém, de forma pacífica, contra o presidente Jair Bolsonaro, acusado de chefiar um governo “miliciano” e sem rumo que está empobrecendo a população. Quem pode aompanhar o desenrolar da carreata, deve ter observado os muitos sinais de pessoas e outros motoristas que não participavam diretamente do ato, mas fizeram gestos de positivo. à passagem dos manifestantes Manifestações iguais ocorreram em todo o pais, sendo o estopim para as carreatas, além do aprofundamento da crise política, econômica e social, a falta de habilidade e competência de Jair Bolsonaro para conduzir o país na epidemia da Covid-19, fato que estaria, segundo muitos especialistas da área da saúde, agravando o alastramento do vírus no Brasil. As atitudes negacionistas do presidente, que vem desfazendo da gravidade da doença e dando maus exemplos ao povo, quando participa de aglomerações sem portar máscara, se comportando de maneira provocativa e irresponsável, também fazem parte desse “caldo de cultura” que está corroendo o capital político do bolsonarismo. A consequência desses atos de descontentamento contra Bolsonaro, que podem aumentar de intensidade, reforça o apoio popular aos inúmeros pedidos de impeachment contra o presidente à espera de tramitação no Congresso Nacional. Data Folha Pesquisa do instituto DataFolha, divulgado na sexta-feira (22), mostrou que 40% da população reprova a gestão do presidente. Em levantamento anterior, 32% dos eleitores consideravam a conduta de Bolsonaro ruim ou péssima. A elevação negativa é atribuída ao agravamento da pandemia de covid-19 no país e a postura negacionista do chefe do Executivo perante o caos de milhares de mortes, aumento dos casos e falta de estrutura. De acordo com a Folha de São Paulo, esse é o pior índice de avaliação do presidente desde o começo de sua gestão, em 2019.