O parecer da Justiça favorável ao decreto do governador Mauro Mendes que obrigou o prefeito Emanuel Pinheiro e endurecer medidas contra aglomerações de pessoas, diante do agravamento da crise da Covid-19, serviu de estopim para mais uma troca de estocadas entre o prefeito de Cuiabá e o governador do Estado. Enquanto Emanuel, que defende a flexibilização do ajuntamento social, o que em tese favorece a propagação do vírus, e promete recorrer ao STF (Supremo Tribunal Federal) e acusa Mauro de ser “prepotente”, o chefe do Executivo estadual lembrou que “no ano passado, quando as UTIs estavam vazias, o prefeito fez lockdown geral em Cuiabá. Tem lógica? Isso beira a irresponsabilidade. Agora, quando está com as UTIs lotadas, ele vem querer flexibilizar", cutucou Mendes. Obviamente, conforme se deduz de suas afirmações, o governador desnuda o que, no mínimo, aponta ser uma incoerência do prefeito ficar contra ações mais drásticas de combate à pandemia, justamente agora, quando a doença se alastra. Além disso, Mauro Mendes elenca outras situações que, no seu entender, mostram a falta de comprometimento de Emanuel Pinheiro com atenção básica na saúde, uma das principais atribuições do Poder Municipal e que estaria sendo relegada na Capital. Como exemplo disso, ele citou a Arena Pantanal, local onde são realizados testes da covid-19, que estaria lotada pela falta de apoio do Executivo municipal. "Vejam se tem teste ou remédio na atenção básica. Ele abriu algum leito nesses últimos 60 dias? Tivemos que entrar na Justiça semana passada para fazer funcionar os leitos que ele dizia que tinha. A Justiça determinou que ele colocasse e só assim ele colocou. Tudo isso é muito lamentável e a gente vai continuar trabalhando com seriedade. Pois é assim que se resolve, não com conversa fiada e irresponsabilidade", fulminou o governador.