Senadores de MT engrossam críticas ao “negacionismo” de Bolsonaro e a forma errática na gestão da crise do Coronavírus
Senadores de MT engrossam críticas ao “negacionismo” de Bolsonaro e a forma errática na gestão da crise do Coronavírus
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08/03/2021 - 10:11
Redação
Em entrevistas à emissoras de rádio de Cuiabá, os senadores Carlos Fávaro (PSD) e Jayme Campos (Dem) não pouparam críticas ao presidente Jair Bolsonaro e seu governo pela situação caótica a que chegou o país na crise do Coronavírus, com estados e municípios praticamente sem condições para atender a grande demanda de pessoas acometidas pelo vírus, principalmente no que tange a internamentos em UTIs.
Fávaro concedeu entrevista à rádio Conti e Jayme Campos falou à rádio CBN, ambas da Capital. Os senadores enfatizaram o que, no entendimento deles, é a “inércia” e também o “negacionismo” oficial diante da gravidade da pandemia da Covid-19.
O senador do PSD, entre outras ponderações sobre o caos da saúde, disse que “infelizmente pela inércia e negacionismo do Governo no ano passado, o Brasil chegou tarde na aquisição de vacina. Não tinha vacina aprovada, mas já tinha um contrato de pré-compra em andamento. Quando liberou, eles [outros países] já estavam comprando e o Brasil entrou no rabo da fila”, disse na manhã de sexta-feira (5).
Diante da inação e falta de vontade política do presidente da República em fazer o enfrentamento correto à pandemia, Carlos Fávaro pontuou: “O Congresso precisou tomar as rédeas da situação. Nesses 30 dias, o foco foi voltado a aprovar legislações e para aprovar um projeto do presidente do Senado que flexibiliza aquisição de vacinas, inclusive para a iniciativa privada que hoje pode comprar a vacina”.
“Hoje estão fazendo uma distribuição de vacinas aqui em Mato Grosso com pouco mais de 20 mil doses, isso acaba em poucos minutos. Acredito que vamos poder avançar mais a partir de abril. O Congresso Nacional tomou o protagonismo quando viu a inércia da operação do Governo Federal, mas isso vai demorar um tempo para virar realidade”, finalizou o senador
Jayme campos
Na mesma linha de seu colega da bancada mato-grossense no Congresso, o senador Jayme Campos ressaltou a paralisação do governo federal diante da crise sanitária e a postura negacionista de Jair Bolsonaro
"O próprio presidente da República sempre contestou, achou que não devia ter distanciamento social, que não tinha que usar máscara, que tinha que tomar Ivermectina e não sei mais o quê. Tudo, menos um tratamento adequado. Deu no que deu", disparou em entrevista à Rádio CBN Cuiabá.
"O presidente Bolsonaro tinha que dar bons exemplos. Estava tomando banho há poucos dias numa cidade balneário, andando de moto aquática sem máscara. Semana passada estava desfilando de caminhonete e sem máscara", reforçou.
Engrossando o tom das críticas, o senador do DEM fulminou: "Chegamos ao ponto da exaustão. O Governo transformou-se de incompetente para impotente. É inconcebível, em pleno século 21, faltar oxigênio, como aconteceu no Amazonas".
Já com relação ao ministro da Saúde, Jayme foi irônico ao afirmar que "o Pazuello deve ser um cidadão muito competente, mas na área estratégica e de logística lá do Exército, não para ser ministro da Saúde. Ele tem recebido duras críticas e com razão. Qual o preparo, qual o conhecimento da ciência médica? Ele não tem conhecimento", enfatizou.
"Não desmerecendo a capacidade dele, mas para tocar uma área tão importante, precisávamos de um profissional que tivesse conhecimento técnico para isso. Eu não aceitaria um convite desses. Qualquer pessoa com um mínimo de consciência não aceitaria", encerra Jayme.