“DOA EM QUE DOER”: Wilson Santos, presidente da CPI da sonegação fiscal em MT revela que PF investiga mais de 50 casos de crimes tributários no Estado
“DOA EM QUE DOER”: Wilson Santos, presidente da CPI da sonegação fiscal em MT revela que PF investiga mais de 50 casos de crimes tributários no Estado
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24/04/2021 - 15:45
PF11
LÁZARO THORA Gazeta
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar fraude e sonegação fiscal no Estado possui denúncias “sigilosas” que só serão reveladas com a conclusão do relatório final das investigações. Pelo menos é o que afirma o deputado estadual Wilson Santos (PSDB), que preside a CPI na Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT).
Wilson afirmou nesta quinta-feira (22) em entrevista ao jornal A Gazeta que o foco da CPI não é apenas ouvir representantes dos setores econômicos para encontrar falhas na legislação estadual. De acordo com o deputado, a ideia também é encontrar indícios de crimes, incluindo aqueles cometidos por políticos de Mato Grosso.
Wilson afirmou que a CPI já possui denúncias de crimes de sonegação e fraude fiscal, mas que as acusações permanecerão em sigilo para resguardar a eficiência da investigação parlamentar. A ideia do deputado é que a apuração não tenha medo de investigar ninguém, ainda que entre os investigados estejam figuras do alto escalão da política.
“Havendo denúncia e irregularidades a CPI vai onde tiver que ir, doa a quem doer”, afirmou o parlamentar tucano. “Nós vamos continuar ouvindo os setores, dando oportunidades para que todos possam falar, mas tem alguns assuntos que nós vamos manter sobre sigilo, nem tudo vai ser exposto, porque às vezes prejudica as investigações”, completou.
Para isso, a CPI aprovou a notificação do superintendente da Polícia Federal em Mato Grosso, Sergio Sadao Mori, que deve falar principalmente sobre investigações de crimes cometidos no setor da mineração. Segundo Wilson Santos, a PF tem mais de 50 inquéritos que tratam sobre fraude fiscal e sonegação de impostos em Mato Grosso.
“A mineração é uma área complexa que sempre correu solta, com pouca fiscalização, uma área em que o Estado tem pouco conhecimento e que tem servido para lavagem de dinheiro do narcotráfico e de dinheiro sujo da política”, disse Santos. O deputado defende que a CPI não faça restrições e, se for necessário, avance até mesmo na apuração da conduta de políticos que atuam no setor da mineração..