- Home Page
- Política
- Deputado Dilmar Dal Bosco “estranha” operação do MPE efetuada contra ele
Deputado Dilmar Dal Bosco “estranha” operação do MPE efetuada contra ele
|
14/05/2021 - 13:01
Dilmar Dal Bosco
O deputado estadual Dilmar Dal Bosco (DEM), que foi um dos alvos de buscas e apreensões da operação desfechada pelo MPE nesta sexta-feira para investigar suspeitas de fraudes na concessão de linhas de ônibus de transporte intermunicipal de passageiros, alegou não saber os motivos que embasaram o mandado judicial.
Segundo o parlamentar, causa “estranheza” ter sido exposto de maneira desnecessária pela operação, tendo em vista que ele já tinha prestado depoimento ao Grupo de Atuação Especial contra o Crime Organizado (Gaeco) e Núcleo de Ações de Competência Originárias (Naco). Na ocasião, “se colocou a disposição para qualquer outro esclarecimento”.
A investigação mira edital lançado pela Secretaria Estadual de Infraestrutura (Sinfra-MT), responsável pela concessão do transporte público intermunicipal de passageiros, um negócio de R$ 11,25 bilhões.
Essa licitação vem sendo questionada em inquéritos instaurados pelo Ministério Público Estadual (MPE), além de empresas que brigam para explorar trechos servidos pelo transporte intermunicipal.
ÍNTEGRA DA NOTA
O deputado estadual Dilmar Dal Bosco, juntamente com seu advogado, André Albuquerque, vêm a publico, manifestar, através de nota, sobre o mandado de busca e apreensão, cumprido pelo GAECO e NACO, cuja operação é denominada como “Operação Rota Final” em sua residência oficial, na cidade de Sinop, deflagrada na manha desta sexta-feira (14) conforme o que segue abaixo:
1 - O mandado de busca e apreensão, foi expedido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso, pelo desembargador relator, sr Marcos Machado;
2 - O Deputado Dilmar Dal Bosco através de sua defesa, não entende os motivos pelos quais foi alvo de busca e apreensão pelo GAECO, uma vez que já prestou depoimento no processo perante o GAECO/NACO anteriormente, sempre se colocou a disposição para qualquer outro esclarecimento, sendo assim, estranhamente, foi alvo de Busca e apreensão de documentos e bens eletrônicos;
3 - Cumpre informar que o Deputado Dilmar Dal Bosco não foi denunciado formalmente, não é Réu no processo denominado Operação Rota final, que apura crimes ligados ao setor de transportes;
4 - Cabe dizer também, que contrariamente ao que está sendo veiculado na mídia, não houve expedição de mandado de busca e apreensão no gabinete do deputado Dilmar Dal Bosco, na Assembleia Legislativa, houve apenas em sua residência particular em Sinop, da mesma forma que não houve sequer pedido de bloqueio de bens ou pedido de prisão contra o deputado, até porque, o mesmo não é Réu no processo;
5 - A busca e apreensão realizada na residência do parlamentar em Sinop visa encontrar documentos que poderiam ligar o parlamentar a ter qualquer relação com os acusados. Porém, nada fora encontrado, que conclua tal ligação do Parlamentar aos envolvidos.
Sendo assim, a defesa irá buscar informações junto ao Processo Judicial bem como, junto ao GAECO-NACO, para saber quais foram as razões que levaram a tamanha exposição desnecessária para com o Parlamentar, além de outras medidas que entender serem necessárias.
André Albuquerque
(OAB/MT 14054)
OUTRO LADO:
As residências do deputado Dilmar Dal Bosco (Dem) e do suplente de deputado, Pedro Satelite, foram alvos de buscas e apreensões, na manhã desta sexta-feira (14), do Ministério Público do Estado de Mato Grosso, por meio do Núcleo de Ações de Competência Originária (NACO) e do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (GAECO)
Os mandados fazem parte .da terceira fase da “Operação Rota Final”, que busca apurar crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e fraude a licitação do setor de Transporte Coletivo Rodoviário Intermunicipal de Passageiros de Mato Grosso (STCRIP-MT), promovida pela Secretaria de Infraestrutura do Estado de Mato Grosso e Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (AGER-MT) .
Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências do deputado estadual e do suplente de deputado estadual e de uma assessora parlamentar, suspeitos de envolvimento no esquema. Os agentes policiais também devem cumprir ordem de prisão preventiva contra um empresário que seria o líder da organização criminosa e, também, impor o uso de tornozeleira eletrônica no representante do Sindicato dos Empresários do Setor de Transporte Intermunicipal de Passageiros (SETROMAT), que, por sua vez, está proibido de se ausentar do Estado de Mato Grosso, frequentar alguns órgãos públicos e manter contato com outros investigados.
Está sendo cumprida, ainda, ordem de sequestro judicial de bens dos investigados até o montante de R$ 86 milhões de reais, abrangendo vários imóveis, duas aeronaves (aviões), vários veículos de luxo, bloqueio de contas bancárias e outros bens necessários ao ressarcimento do prejuízo acarretado pela prática dos crimes.
A investigação, iniciada na Polícia Judiciária Civil do Estado de Mato Grosso, foi encaminhada, com autorização do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso (TJMT), ao GAECO-MT em meados de 2019, onde foi concluída pelas autoridades policiais do Grupo Especializado, com supervisão do NACO Criminal. O Inquérito policial possui 47 volumes de elementos de informações. Mais de 20 (vinte) pessoas são investigadas, dentre eles alguns empresários e dois parlamentares estaduais.
A decisão emanada do TJMT proibiu a divulgação de conteúdos da investigação, bem como dos resultados da operação.