TRAGÉDIA BRASILEIRA: Negacionismo, desfazer da gravidade da pandemia e retardar vacinas deram nisso: MAIS DE 500 MIL MORTES
TRAGÉDIA BRASILEIRA: Negacionismo, desfazer da gravidade da pandemia e retardar vacinas deram nisso: MAIS DE 500 MIL MORTES
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19/06/2021 - 21:06
Por Mário Marques de Almeida
Marca de meio milhão de mortos por Covid-19 no Brasil é resultado de um ano e meio de pandemia sem controle e com negacionismo do presidente da República, que desfez da gravidade da pandemia do Coronavírus, tratada inicialmente por ele como “gripezinha”, “resfriadinho”.
O capitão-presidente contribuiu com essa que é a maior tragédia sanitária da história brasileira de todos os tempos, com a agravante que, se não fosse a teimosia negacionista de Bolsonaro, a mortandade poderia ser menor diante dos avanços da ciência médica atual. As perdas de vidas aumentaram em função de que ele demonstrou, desde o início dos casos, duvidar que vacinas tivessem validade para combater o vírus, pregando o tratamento precoce da doença com remédios sem comprovação científica para curar a Covid-19 e suas variantes, como a cloroquina – um medicamento indicado para a malária.
Enquanto esse vendaval de estupidez e ignorância bolsonariana atingia – e atinge – em cheio o Brasil, países desenvolvidos do mundo, além de renomados infectologistas brasileiros, já vinham alertando sobre a necessidade de se apressar com a vacinação em massa das pessoas.
Insensível, Jair Messias Bolsonaro fazia poucos ouvidos aos apelos sensatos e razoáveis, estribados em conhecimeno científico, mas dava trela a charlatões que, na realidade, conduziram a política pública de saúde do País, nesse período de pandemia. Resultado: Brasil ultrapassou neste sábado (19) a marca de meio milhão de mortes provocadas pela Covid-19.
De acordo com levantamento do consórcio de imprensa com base nos dados das secretarias estaduais de Saúde, o país contabiliza agora 500.022 vítimas do novo coronavírus - o número exato de mortes diárias é anunciado no início da noite.
Com a pandemia fora de controle, o Brasil também soma 17.822.659 casos confirmados. Apenas os Estados Unidos têm mais contágios e óbitos em termos absolutos: 33.518.621 e 601.626, respectivamente.
O Brasil ainda tem a nona maior taxa de mortalidade por Covid-19 em todo o mundo, atrás apenas do Peru, que lidera o ranking da morte, de San Marino e de nações do leste europeu, como Hungria, Bósnia e Herzegovina, República Tcheca, Macedônia do Norte, Montenegro e Bulgária.
Além disso, as médias móveis de casos e mortes apresentam tendência de alta, enquanto a vacinação caminha a passos lentos: em cerca de cinco meses de campanha, menos de 12% da população já tomou as duas doses.
A marca de 500 mil vítimas coincide com uma nova jornada de protestos contra o presidente Jair Bolsonaro, acusado de omissão no combate à pandemia e de promover a circulação do vírus.
Os manifestantes culpam o mandatário pela demora na compra de vacinas, pela promoção de tratamentos de ineficácia comprovada contra a Covid-19, pelo incentivo a aglomerações e pelo desestímulo ao uso de máscaras.
A gestão da pandemia pelo governo Bolsonaro é alvo da CPI da Covid-19, que na última sexta-feira (18) anunciou os primeiros 14 investigados na comissão, incluindo o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, e seu antecessor no cargo, Eduardo Pazuello.