Galvan transforma Aprosoja em entidade "periférica" do bolsonarismo e pode ser afastado do comando da principal associação do agro brasileiro
Galvan transforma Aprosoja em entidade "periférica" do bolsonarismo e pode ser afastado do comando da principal associação do agro brasileiro
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20/08/2021 - 16:12
Redação
Denúncias de envolvimento da poderosa Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil), presidida pelo empresário Antônio Galvan, em atos que pedem a destituição de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e, supostamente, estaria patrocinando manifestações antiemocráticas e que pregam a derrubada de instituições, está provocando um racha na entidade.
De um lado, um grupo crescente de empresáros do setor de agronegócios, que deseja ver a Aprosoja afastada de militância político-partidária, e voltada exclusivamente para suas atividades técnicas e de defesa dos interesses corporativos da classe produtora rural que representa.
Esse setor do empresariado rural está incomodado e desconfortável com as investidas bolsonaristas de Galvan, que vem usando as redes sociais e outros meios de comunicação para convocar atos em defesa de Bolsonaro e que, geralmente, extrapolam para pedidos de volta da ditadura e fechamento de poderes constituídos.
Os empresários que adotam uma postura mais comedida e de centro, segundo o Página Única apurou junto às fontes do setor, não escondem mais o desejo de ver o afastamento de Antonio Galvan do comando da entidade.
"Ainda que seja um licenciamento temporário da presidência, para que ele se dedique às manifestações que vem apoiando, sem comprometer o nome da Aprosoja". A afirmação é de expoente do agronegócio, que pediu reservas sobre seu nome. Mas confessou ser amigo de Galvan e de estar articulando uma saída honrosa para o empresário, depois da barafunda que ele se envolveu.
O movimento que trabalha sua retirada do centro dos holofotes como principal diigente da Aprosoja, aumentou após a Polícia Federal cumprir, nesta sexta-feira, um mandado de busca e apreensão na residência da Antonio Galvan, em Sinop (500 Km ao Norte de Cuiabá).
A PF também busca apreender o celular do líder do agronegócio brasileiro e intimá-lo para depor sobre sua eventual prticipação em manifestações que pregam atos violentos contra ministros do STF.