BAIXOU O TOM: Em depoimento à PF, Galvan modera discurso sobre participação em ato bolsonarista
BAIXOU O TOM: Em depoimento à PF, Galvan modera discurso sobre participação em ato bolsonarista
|
26/08/2021 - 21:37
galvan1
Em depoimento à Polícia Federal, em Brasília, o presidente da Associação Brasileira de Produtores de Soja (Aprosoja) Antonio Galvan, negou que estivesse financiando atos antidemocráticos, como ataques a ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
Aos investigadores, ele afirmou que estava apoiando a organização de uma manifestação pacífica e citou que produtores rurais haviam realizado um ato semelhante em Brasília no dia 15 de maio de apoio ao governo Bolsonaro. Segundo Galvan, nada foi danificado nessa manifestação.
Ele também afirmou não concordar com declarações feitas por bolsonaristas defendendo atos violentos contra os ministros do STF.
Na manhã desta quinta-feira, 26, Antônio Galvan,realizou uma coletiva de imprensa para tratar do depoimento prestado por ele à Polícia Federal (PF) no dia anterior. Na ocasião, ele afirmou que nunca estimulou a realização de ataques contra o Supremo Tribunal Federal (STF) e também nunca financiou qualquer tipo de manifestação política ou ideológica.
Na última sexta-feira, 20, Galvan foi alvo de um mandado de busca e apreensão expedido pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, por conta de um inquérito aberto à pedido da Procuradoria-Geral da União (PGR) que apura incentivos de atos violentos contra instituições, em especial o STF. Na mesma data, o presidente da Aprosoja Brasil e outros investigados receberam uma ordem de restrição que os impede de se aproximar, a menos de um quilômetro, da Praça dos Três Poderes em Brasília. Ao redor da praça estão localizados os prédios do STF, do Palácio do Planalto e do Congresso Nacional.
O inquérito teve como origem áudios do cantor Sérgio Reis que foram divulgados na última semana. Neles, o cantor faz ameaças contra ministros do Supremo após convocar uma paralisação de caminhoneiros a ser iniciada em 7 de setembro. Ainda na semana passada, Reis compareceu à sede da Aprosoja Brasil, em Brasília, durante uma assembleia que reunia representantes das unidades estaduais da entidader. Durante a visita, foi gravado um vídeo em que o cantor, ao lado de Galvan, ameaça paralisar “todo o país” caso não sejam atendidos os pedidos de voto impresso nas próximas eleições e de análise pelo Senado de pedidos de impeachment de ministros do STF.
O presidente da Aprosoja afirmou que recebeu o cantor sertanejo em uma visita de cortesia. Galvan diz não compactuar com as ideias de paralisação de Reis, mas teria considerado não ser adequado “indagar” o visitante.
O advogado Néri Perin, que representa Galvan, afirmou que o cliente defendeu "os valores da democracia" e se queixou de não ter obtido acesso aos autos da investigação.
— Ele jamais em algum momento patrocinou nada, a não ser os valores da democracia, da liberdade, da independência dos Poderes e do devido processo legal — disse.