"O leão virou um rato", diz Doria sobre Bolsonar,o após presidente se desculpar por discursos golpistas no 7 de Setembro

Com notória perda de popularidade, presidente mudou o tom em vários temas nesta quinta (9): elogiou a China, deu ordem para os caminhoneiros terminarem paralisação e publicou nota conciliadora "fazendo as pazes" com os poderes. Bolsonaro recebeu Temer para um almoço no Palácio da Alvorada; o presidente não só convidou o ex-mandatário, como também mandou um avião presidencial buscá-lo em São Paulo. O encontro durou cerca de quatro horas.  Assessores que acompanharam a reunião afirmam que, na conversa, Temer aconselhou o presidente a publicar um "manifesto de pacificação" para reaproximar os poderes, e o ajudou a escrever o texto. O chefe do Executivo afirma que a crise institucional ocorre por "discordâncias" em relação a decisões do ministro do Supremo Tribunal Eleitoral (STF), Alexandre de Moraes, e diz que essas questões "devem ser resolvidas por medidas judiciais que serão tomadas de forma a assegurar a observância dos direitos e garantias fundamentais previsto no Art 5º da Constituição Federal". "Quero declarar que minhas palavras, por vezes contundentes, decorreram do calor do momento e dos embates que sempre visaram o bem comum", afirmou. Embora tenha feito ataques ao Supremo, o presidente afirma que sempre esteve "disposto a manter diálogo" com os demais poderes da República. "Sempre estive disposto a manter diálogo permanente com os demais poderes pela manutenção da harmonia e independência entre eles", escreveu. Até sobre democracia entre os três poderes, o presidente fez afirmações: "Democracia é isso: Executivo, Legislativo e Judiciário trabalhando juntos em favor do povo e todos respeitando a Constituição". Basta saber como seus eleitores vão reagir, uma vez que pesquisa divulgada nessa quarta (8) apontou que bolsonaristas consideram o STF "maior inimigo do que a esquerda".