Com toda polêmica levantada pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para descredibilizar a segurança no atual sistema eleitoral brasileiro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aproveita as eleições suplementares marcadas para este domingo (12), em duas cidades no estado do Rio de Janeiro, para fazer uma demonstração pública da confiabilidade das urnas eletrônicas. Bolsonaro, aliás, se elegeu e reelegeu para sucessivos mandatos de deputado federal e agora presidente da República, e essas eleições sempre ocorreram através de urnas eletrômicas, cujos resultados ele não questionou à época. Diante disso, para muitos analistas, a campanha bolsonarista contra as urnas eletrônicas pode embutir mais uma tentativa de golpe, na hipótese - bastante provável - de Jair Bolsonaro não se reeleger em 2022 e usar a alegação mentirosa que o pleito foi fraudado, como pretexto para não deixar o cargo. Já, outros observadores entendem que, após o fracasso das bravatas de Bolsonaro, no 7 de Setembro, e o recuo do mesmo quanto às ameaças golpistas proferidas por ele, esse perigo está afastado. Esse discurso atrasado e subdesenvolvido não "cola" mais no Brasil.  Essa avaliação parte da constatação que todas as pesquisas de institutos confiáveis divulgadas nos últimos meses, apontam queda na preferência dos eleitores por Bolsonaro e o aumento da sua rejeição. Se antecipando ao que já está ocorrendo e pode se agravar nas eleições do ano que vem, a Justiça Eleitoral promove, neste final de semana, testes a cargo do Tribunal Regional Eleitoral do Rio (TRE-RJ), mas contará com a presença do presidente do TSE, Luís Roberto Barroso, que acompanhará o processo na capital fluminense. "Queremos dar mais visibilidade ao processo usando a transmissão em tempo real de tudo que será feito em termos de auditoria do sistema de votação eletrônica", explicou o presidente do TRE-RJ, Cláudio Luís dell’Orto. Os municípios nos quais ocorrerão as votações para escolher novos prefeitos são Silva Jardim e Santa Maria Madalena. Nesse sábado (11), a Comissão de Auditoria da Votação Eletrônica do TRE-RJ sorteou duas urnas de cada município para realizar as provas. Uma delas, já concluída, usou uma urna para computar votos (simulados) registrados em papel, a fim de mostrar a eficiência do sistema eletrônico para computá-lo. Na outra prova, a urna será submetida a um teste de integridade, feito no próprio local de votação, no dia da eleição. As eleições fora de época acontecem porque os prefeitos eleitos em ambos os municípios não estão regulares para exercer seus mandatos. A mídia ressalta que, quando anunciou o calendário das eleições suplementares, o TRE-RJ informou que nenhum dos candidatos eleitos foi diplomado, justamente porque as candidaturas eram contestadas.