CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal na ALMT ouve pela segunda vez delegado de polícia

CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal na ALMT ouve pela segunda vez delegado de polícia
Walter de Mello Fonseca Júnior foi à Assembleia dar explicações sobre a Operação Mustela Putorius, deflagrada no fim de julho, que investiga a sonegação fiscal praticada na circulação de carga de grãos . G1 O delegado Walter de Mello Fonseca Júnior, da Delegacia Especializada em Crimes Fazendários (Defaz), voltou a ser ouvido nesta segunda-feira (13) por deputados estaduais na CPI da Renúncia e Sonegação Fiscal da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT). Esta é a segunda vez que ele presta esclarecimentos na Comissão Parlamentar de Inquérito. Melo foi à ALMT para falar sobre a Operação Mustela Putorius, deflagrada no fim de julho deste ano, que investiga a sonegação fiscal praticada na circulação de carga de grãos de Mato Grosso para o estado de Goiás. Os destinos seriam indústrias esmagadoras de grãos. As investigações apontaram que um servidor contratado montou um esquema que monitorava a rotina do posto de fiscalização de Barra do Garças para facilitar a passagem de mercadorias sem notas fiscais. Até comerciantes da região participariam da rede de informações que avisava quando era mais fácil passar pelo posto fiscal. Com isso, de 15 a 20 caminhões furavam a fiscalização por dia. Para o delegado, a fraude só foi possível por causa da falta de estrutura física e humana, ou seja, por falta de pessoas para trabalhar. O prejuízo levantado até então seria de aproximadamente R$ 50 milhões. Na operação do fim de julho, a polícia cumpriu 31 mandados judiciais. Entre eles, a apreensão de celulares. A polícia está investigando os conteúdos de conversas entre os envolvidos. O inquérito ainda não está concluído.  O delegado informou que a primeira fase identificou apenas os envolvidos na parte operacional do esquema. A polícia ainda procura quem seriam os maiores beneficiados. A suspeita é que sejam transportadoras, corretores e produtores de grãos. Em maio, Walter Melo foi ouvido na CPI da ALMT sobre as operações Crédito Podre e Fake Paper. A primeira, deflagrada em dezembro de 2017, começou depois que a fiscalização percebeu que muitos grãos estavam saindo do estado sem recolhimento do ICMS - a sonegação teria chegado a R$ 140 milhões. A segunda, em outubro de 2019, foi para combater uma quadrilha que emitiu R$ 337 milhões em notas frias por meio de empresas de fachada. CPI da Renúncia FiscalA CPI foi instalada no dia 12 de março de 2019 para investigar indícios de sonegação de impostos e renúncias fiscais indevidas em Mato Grosso. A Comissão é subdividida em cinco sub-relatorias: mineração, agronegócio, combustíveis, frigoríficos e incentivos fiscais.