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Partidos de oposição realizam atos contra Bolsonaro em todo o país; confira frases do presidente sobre a pandemia e veja fotos
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02/10/2021 - 15:14
Manifestantes lotam Avenida Paulista, que é o foco principal dos protestos contra o presidente Jair Bolsonaro em todo o país e em várias cidades no exterior
Redação
Organizadores de manifestações contra o governo, em sua maioria de centro-esquerda e esquerda, tentam atrair neste sábado também líderes e apoiadores de legendas à direita.
Partidos e movimentos de oposição ao governo Jair Bolsonaro realizam neste sábado (2) em diversas cidades do país protestos pelo impeachment do presidente e em defesa da democracia e de políticas públicas que reduzam a fome e a pobreza no país, agravadas pela pandemia.
É o sexto ato organizado por setores de oposição contra Bolsonaro desde maio, quando esses movimentos e partidos decidiram voltar às ruas após um ano evitando manifestações por causa da pandemia de covid-19.
Será também o primeiro ato liderado por esses setores que tentará reunir um apoio significativo de legendas e movimentos de centro-direita e direita, em uma tentativa de construção de uma frente ampla para resistir a investidas de Bolsonaro contra instituições democráticas e a legitimidade das urnas eletrônicas.
No dia 12 de setembro, grupos de direita como o Movimento Brasil Livre (MBL) e o Vem pra Rua convocaram atos e tentaram atrair setores da esquerda, mas não encheram as ruas. Naquela oportunidade, não houve envolvimento direto de partidos na organização dos protestos, e esquerdistas evitaram engrossar atos que tinham originalmente o mote "Nem Bolsonaro, nem Lula" – que foi retirado pelo MBL na véspera, mas apareceu nas ruas mesmo assim.
Os atos deste sábado deverão sinalizar se a tentativa de colocar esquerda e direita no mesmo palanque contra Bolsonaro, agora com o apoio dos partidos, se mostrará viável ou apenas um projeto distante.
Organização ampliada
Participam da organização dos atos deste sábado diversos movimentos sociais e entidades que integram a Campanha Nacional Fora Bolsonaro, como a União Nacional dos Estudantes (UNE), a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a União Brasileira de Mulheres (UBM), as frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo e o fórum Direitos Já, composto por representantes de 19 legendas e diversas entidades da sociedade civil.
Na seara partidária, participam ativamente da organização dos atos deste sábado nove partidos, predominantemente de esquerda e centro-esquerda: PT, PSOL, PC do B, PSB, Cidadania, PV, Rede, PDT e Solidariedade. Contudo, são esperados também líderes de partido de centro-direita e direita que não apoiam o impeachment mas fazem oposição a Bolsonaro, como do PSDB, MDB e PSD. O MBL e o Vem Pra Rua não participarão.
Em São Paulo, por exemplo, os organizadores contam com a presença na Avenida Paulista de representantes de PSD, PSDB, PSL, Podemos e Novo.
Os organizadores preveem a organização de atos em 305 cidades de 18 países neste sábado, sendo o principal na Avenida Paulista, que começa às 13h. Entre os políticos que devem discursar na capital paulista, estão Ciro Gomes (PDT), Alessandro Vieira (Cidadania), Randolfe Rodrigues (Rede), Tabata Amaral (PSB), Fernando Haddad (PT), Guilherme Boulos (PSOL) e Orlando Silva (PC do B). (DW Brasil)
Frases de Bolsonaro sobre a pandemia
'Superdimensionado'Em 9 de março, em evento durante visita aos EUA, Bolsonaro disse que o "poder destruidor" do coronavírus estava sendo "superdimensionado". Até então, a epidemia havia matado mais de 3 mil pessoas no mundo. Após o retorno ao Brasil, mais de 20 membros de sua comitiva testaram positivo para covid-19.
'Europa vai ser mais atingida que nós"A declaração foi dada em 15 de março. Precisamente, ele afirmou: "A população da Europa é mais velha do que a nossa. Então mais gente vai ser atingida pelo vírus do que nós." Segundo a OMS, grupos de risco, como idosos, têm a mesma chance de contrair a doença que jovens. A diferença está na gravidade dos sintomas. O Brasil é hoje o segundo país mais atingido pela pandemia.
"Gripezinha" e "histórico de atleta'Ao menos duas vezes, Bolsonaro se referiu à covid-19 como "gripezinha". Na primeira, em 24 de março, em pronunciamento em rede nacional, ele afirmou, que, por ter "histórico de atleta", "nada sentiria" se contraísse o novo coronavírus ou teria no máximo uma “gripezinha ou resfriadinho”. Dias depois, disse: "Para 90% da população, é gripezinha ou nada."
'Todos nós vamos morrer um dia'Após visitar o comércio em Brasília, contrariando recomendações deu seu próprio Ministério da Saúde e da OMS, Bolsonaro disse, em 29 de março, que era necessário enfrentar o vírus "como homem". "O emprego é essencial, essa é a realidade. Vamos enfrentar o vírus com a realidade. É a vida. Todos nós vamos morrer um dia."
'A hidroxicloroquina tá dando certo'Repetidamente, Bolsonaro defendeu a cloroquina para o tratamento de covid-19. Em 26 de março, quando disse que o medicamento para malária "está dando certo", já não havia qualquer embasamento científico para defender a substância. Em junho, a OMS interrompeu testes com a hidroxicloroquina, após evidências apontarem que o fármaco não reduz a mortalidade em pacientes internados com a doença.
'Vírus está indo embora'Em 10 de abril, o Brasil ultrapassou a marca de mil mortos por coronavírus. No mundo, já eram 100 mil óbitos. Dois dias depois, Bolsonaro afirmou que "parece que está começando a ir embora essa questão do vírus". O Brasil se tornaria, meses depois, um epicentro global da pandemia, com dezenas de milhares de mortos.
'E daí?'Foi uma das declarações do presidente que mais causaram ultraje. Com mais de 5 mil mortes, o Brasil havia acabado de passar a China em número de óbitos. Era 28 de abril, e o presidente estava sendo novamente indagado sobre os números do vírus. “E daí? Lamento. Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre...”
'Vou fazer um churrasco'Em 7 de maio, o Brasil já contava mais de 140 mil infectados e 9 mil mortes. Metrópoles como Rio e São Paulo estavam em quarentena. O presidente, então, anunciou que faria uma festinha. "Estou cometendo um crime. Vou fazer um churrasco no sábado aqui em casa. Vamos bater um papo, quem sabe uma peladinha...". Dias depois, voltou atrás, dizendo que a notícia era "fake".
'Tem medo do quê? Enfrenta!'Em julho, o presidente anunciou que estava com covid-19. Disse que estava "curado" 19 dias depois. Fora do isolamento, passou a viajar. Ao longo da pandemia, ele já havia visitado o comércio e participado de atos pró-governo. Em Bagé (RS), em 31 de julho, sugeriu que a disseminação do vírus é inevitável. "Infelizmente, acho que quase todos vocês vão pegar um dia. Tem medo do quê? Enfrenta!”
'País de maricas'Em 10 de novembro, ao celebrar como vitória política a suspensão dos estudos, pelo Instituto Butantan, da vacina do laboratório chinês Sinovac após a morte de um voluntário da vacina, Bolsonaro afirmou que o Brasil deveria "deixar de ser um país de maricas" por causa da pandemia. "Mais uma que Bolsonaro ganha", comentou.
'Chega de frescura, de mimimi'Em 4 de março de 2021, após o país registrar um novo recorde na contagem diária de mortes diárias por covid-19, Bolsonaro afirmou que era preciso parar de "frescura" e "mimimi" em meio à pandemia, e perguntou até quando as pessoas "vão ficar chorando". Ele ainda chamou de "idiotas" as pessoas que vêm pedindo que o governo seja mais ágil na compra de vacinas.
Veja atos
Protesto contra o presidente Bolsonaro teve início na Praça do Derby, no Recife, neste sábado (2) — Foto: Priscilla Aguiar/g1
São Paulo
Manifestantes realizam mais um protesto contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na tarde deste sábado (2), na Avenida Paulista — Foto: Arthur Stabile/G1
Também houve manifestações em São Carlos, Ribeirão Preto e Franca.
Protesto é realizado neste sábado, no centro de Sorocaba — Foto: Reprodução/ Tv Tem
Em Guararema, houve um ato pelo impeachment do presidente.
Rio de Janeiro
Manifestantes fazem protesto contra o presidente Jair Bolsonaro no Centro do Rio
O ato foi organizado por centrais sindicais, uniões estudantis, sindicatos e partidos de esquerda. As ruas do entorno estão com policiamento reforçado. Por volta das 10h30, a pista central da Avenida Presidente Vargas estava interditada ao trânsito.
Manifestantes exibem cartazes contra a política econômica do governo federal e contra o presidente Bolsonaro — Foto: Carlos Brito / g1 Rio
Minas Gerais
Em Montes Claros, o protesto começou por volta das 9h. O ato foi organizado por movimentos sociais e partidos de esquerda. Os manifestantes usaram bateria e carro de som para pedir o impeachment do presidente. Eles também defenderam a vacinação, geração de empregos e investimento na educação.
Em Governador Valadares, os grupos se dividiram em quatro pontos da cidade onde fazem panfletagem e dialogam com a população sobre a situação econômica do país. Eles também usam faixas com dizeres como: "Vacina no braço, comida no prato e fora Bolsonaro".
Pernambuco
Protesto neste sábado (2) interrompeu o trânsito na Avenida Agamenon Magalhães, na área central do Recife — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
No Recife, os manifestantes se reuniram no centro da cidade com faixas e cartazes pedindo o impeachment do presidente. Eles também cobraram mais empregos e vacinas contra a Covid. Os participantes do ato também protestaram contra proposta de reforma administrativa do setor público.
Uma mulher de 29 anos que participava do protesto contra Bolsonaro foi atropelada por um carro ao sair da manifestação
Em Petrolina, no sertão do estado, o ato começou por volta das 9h. O evento foi organizado por movimentos sociais, estudantis, entidades e partidos políticos.
Alagoas
Manifestantes seguem até o Centro de Maceió em protesto contra Bolsonaro — Foto: Arquivo pessoal
Bahia
Grupo protesta contra o governo Bolsonaro em Salvador — Foto: Divulgação/SINDJUFE-BA
Ceará
Manifestação contra Bolsonaro no Centro de Fortaleza neste sábado (2) — Foto: Fabiane de Paulo/Sistema Verdes Mares
Goiás
Maranhão
Manifestantes fazem ato contra presidente Jair Bolsonaro em São Luís — Foto: Nelyane Gomes/g1 MA
Mato Grosso do Sul
Em Campo Grande a manifestação começou às 9h. Usando máscaras e a maioria tentando manter um mínimo de distanciamento, em razão da pandemia de Covid, os manifestantes exibiram faixas e cartazes de protesto. A maioria dizia “Fora, Bolsonaro”, mas também havia mensagens em defesa da vida e da democracia e contra a fome e o desemprego.
Pará
Movimentos sociais, estudantis e políticos de Belém organizaram atos contra o governo do presidente Bolsonaro.
Paraíba
João Pessoa: manifestantes em caminhada para o Parque da Lagoa às 10h56. — Foto: Lara Brito
Houve protestos em João Pessoa e também nas cidades de Campina Grande (no agreste do estado), Patos e Cajazeiras (as duas últimas, no sertão).
Piauí
Protesto em Teresina pede impeachment do presidente Jair Bolsonaro e redução do desemprego e inflação no país — Foto: Ilanna Serena/g1
Em Teresina, outra capital onde a manifestação ocorreu na manhã deste sábado, participantes do ato reclamaram do desemprego e do aumento da fome. Movimentos sociais e estudantis, representantes sindicais e partidos políticos organizaram o evento.
Rio Grande do Sul
Manifestação contra o presidente Jair Bolsonaro em Pelotas, em 2 de outubro de 2021 — Foto: Arildo Palermo / RBS TV
Roraima
Um grupo se reuniu nesse sábado em Boa Vista para protestar contra o governo do presidente Bolsonaro.
Com faixas e cartazes, os manifestaram também exigiram a retirada de garimpeiros dos territórios indígenas de Roraima e por vacinas contra a Covid-19.
Santa Catarina
Nesta manhã, houve atos em Blumenau, Criciúma, Lages, Chapecó e em Joinville. Os grupos pediram vacina para todos, educação, alimentação e o impeachment do presidente.
Tocantins
Em Palmas, o ato é organizado por movimentos sociais e tem como pedidos a saída do presidente Bolsonaro, vacina contra Covid disponível para todos e a volta do auxílio emergencial de R$ 600. Eles também são contra a concessão do Parque Estadual do Jalapão para a iniciativa privada.