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Evitar “fogo amigo” e garantia de ser candidato, podem estar motivando saída de Botelho do União
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25/10/2023 - 07:18
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Por Mário Marques de Almeida
Reprodução: Candidatura de Botelho adquire dinâmica própria
Pode ser o que, no "politiquês" se convencionou chamar de "fogo amigo", o enfrentamento de resistências internas, um dos principais motivos que estariam levando o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho, a estar praticamente fora do União.
Por essa ótica, ele deve se filiar a outro partido, com grandes possibilidades de ser o PSD, para viabilizar seu projeto e ter certeza que sua candidatura não será alvo, lá na frente, no momento mais decisivo, de divisão ou falta de engajamento de membros influentes da própria legenda – o que geralmente acontece quando o partido à qual o candidato está filiado, por exemplo, tem setores fortes apoiando outra candidatura.
O risco de que fissuras internas possam aumentar e vir atrapalhar Botelho existe, o que poderá exigir que ele, além de enfrentar adversários de outros partidos, terá que dedicar tempo precioso e energia para resolver eventuais descontentamentos políticos e eleitorais na própria casa.
Em se tratando de eleições, quando é quase certo haver disputa entre dois ou três e até mais candidatos, de acordo se prevê em Cuiabá, a experiência já ensina que desavenças de ordem eleitoral precisam estar plenamente superadas quando se parte para apresentar propostas ao eleitorado. O período de campanha eleitoral, propriamente dito, é curto e exige unidade do grupo.
O que não está ocorrendo desde agora no União, onde o governador Mauro Mendes não esconde sua simpatia pelo ex-deputado federal Fábio Garcia, atual chefe da Casa Civil do Palácio Paiaguás, e que está também colocando o seu nome como pré-candidato da sigla à prefeitura de Cuiabá, nas eleições de 2024.
A postulação de Fábio pode ser legítima, mas há que se considerar que já existe um “divisor de águas” no partido e um dos motivos pode ser o fato que o nome de Botelho já tenha “decolado” e ganho musculatura própria há mais de um ano antes do pleito. Isso traz bônus, mas, em algumas situações (conforme parece ocorrer em Cuiabá), não deixa de preocupar quem está no topo!
Em política, exemplos passados e recentes nos fazem lembrar que demonstração de força, como no caso em tela, pode levar à circunstâncias em que “apadrinhamentos” não sejam vitais e, às vezes, leva a rupturas.
Segundo analistas e observadores mais atentos, é a História se movimentando no processo político, independentemente da ação de lideranças.
Enquanto isso, Eduardo Botelho não para suas articulações, conforme a mídia local reproduz, e segue a todo vapor sua pré-campanha e vem arregimentando aliados, dentro e fora do meio político, entre os quais na Câmara de Vereadores, onde, segundo se informa, já conta com 12 parlamentares municipais, filiados a uma gama diversificada de partidos.
Mário Marques de Almeida é jornalista e atua na consultoria de marketing político e eleitoral