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Lula acusa premiê de Israel de "insanidade" por querer exterminar palestinos da Faixa de Gaza
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28/10/2023 - 01:43
Presidente brasileiro ainda disse que as regras do Conselho de Segurança da ONU, que garantem poder de veto aos cinco países permanentes, são uma 'loucura"
Redação, com informações de Gabriel Mansur/JB
Presidente Lula se mostra cada vez mais incomodado com os ataques retaliatórios de Israel - Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, nesta sexta-feira (27), que o primeiro-ministro de Israel, o extremista Benjamin Netanyahu, quer acabar com o território palestino da Faixa de Gaza, o que, segundo ele, é uma "insanidade".
“O ato do Hamas foi terrorista, que não é possível fazer um ataque, matar inocentes, sequestrar gente da forma que eles fizeram, sem medir as consequências do que acontece depois. Agora, o que nós temos é a insanidade do primeiro-ministro de Israel [Benjamin Netanyahu] querendo acabar com a Faixa de Gaza, se esquecendo que lá não tem só soldado do Hamas, que lá tem mulheres e crianças, que são as grandes vítimas dessa guerra”, disparou o aniversariante do dia, durante café da manhã com jornalistas, no Palácio do Planalto.
O mandatário brasileiro, que já havia opiniado que o conflito no Oriente Médio se trata de um "genocídio" do povo palestino, tem se mostrado cada vez mais incomodado com os ataques retaliatórios do Estado judeu.
Durante o papo com a imprensa, ele ressaltou que as regras do Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), que garantem poder de veto aos cinco países permanentes do órgão, são uma "loucura" e que o instrumento não é "democrático". Ele também declarou que o Conselho de Segurança da ONU atualmente "vale muito pouco".
"É preciso acabar com o direito de veto, ou seja, se tiver dúvida, vota a maioria, ganha e cumpre-se. Então, eu vou continuar falando em paz, vou continuar falando porque eu acredito que é a coisa mais extraordinária tentar superar o poder das balas com o poder da conversa", afirmou.
Atual presidente rotativo do conselho, o Brasil sugeriu um texto que condenava os ataques terroristas do Hamas e cobrava de Israel o fim do bloqueio à Faixa de Gaza. No entanto, embora tenha sido aprovada por 12 países, a proposta foi vetada pelos Estados Unidos e, por isso, acabou rejeitada.
"[A proposta brasileira] foi rejeitada por causa de uma loucura, que é o direito de veto conseguido pelo país titular do Conselho de Segurança da ONU, que eu sou totalmente e radicalmente contra. Isso não é democrático", completou Lula.
O Conselho de Segurança da ONU é formado por 15 membros, mas somente cinco ocupam os chamados assentos permanentes e, com isso, têm direito a poder de veto. São eles: Estados Unidos, Rússia, China, França e Reino Unido.
O presidente brasileiro ainda explicou que o Brasil não reconhece o Hamas como organização terrorista, porque o país segue as avaliações do Conselho de Segurança da ONU.
“A posição nossa é clara. Toda guerra não tem apenas um culpado, ou um mais culpado. O Brasil fez crítica veemente, como nós condenamos a Rússia de ter invadido o território ucraniano, isso está explícito no comportamento do Brasil. Mas isso não significa que eu sou obrigado a me colocar ao lado da Ucrânia para guerrear. Eu quero me colocar ao lado daqueles que querem pedir paz”, disse Lula comparando com o conflito no leste europeu e reafirmando a posição do Brasil na condenação dos atos do Hamas.