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Com bolsonaristas contra, Senado aprova reforma tributária por 53 a 24; veja como votaram senadores
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08/11/2023 - 21:08
senado
Proposta prevê a unificação de cinco impostos e a isenção de produtos da cesta básica
Redação, com informações da CNN
O Senado aprovou nesta quarta-feira (8), em dois turnos, a proposta de emenda à Constituição (PEC) da reforma tributária em primeiro turno.
.As linhas gerais da Reforma Tributária foram desenhadas pelo economista Bernard Appy, atualmente secretário especial do Ministério da Fazenda. O projeto prevê a eliminação de cinco impostos, o PIS, Cofins, ISS, ICMS e IPI e sua transformação em dois: a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS), federal, e pelo Imposto sobre Bens e Serviços (IBS), de estados e municípios.
Como votou cada senadorNOME PARTIDO UF
Alan Rick UNIÃO AC Sim
Marcio Bittar UNIÃO AC Sim
Sérgio Petecão PSD AC Sim
Fernando Farias MDB AL Sim
Renan Calheiros MDB AL Sim
Rodrigo Cunha PODEMOS AL Sim
Eduardo Braga MDB AM Sim
Omar Aziz PSD AM Sim
Plínio Valério PSDB AM Sim
Davi Alcolumbre UNIÃO AP Sim
Lucas Barreto PSD AP Sim
Randolfe Rodrigues REDE AP Sim
Angelo Coronel PSD BA Sim
Jaques Wagner PT BA Sim
Otto Alencar PSD BA Sim
Augusta Brito PT CE Sim
Cid Gomes PDT CE Ausente
Eduardo Girão NOVO CE Não
Damares Alves REPUBLICANOS DF Não
Izalci Lucas PSDB DF Não
Leila Barros PDT DF Sim
Fabiano Contarato PT ES Sim
Magno Malta PL ES Não
Marcos do Val PODEMOS ES Não
Jorge Kajuru PSB GO Sim
Vanderlan Cardoso PSD GO Sim
Wilder Morais PL GO Não
Ana Paula Lobato PSB MA Sim
Eliziane Gama PSD MA Sim
Weverton PDT MA Sim
Carlos Viana PODEMOS MG Sim
Cleitinho REPUBLICANOS MG Não
Rodrigo Pacheco PSD MG Presidente
Nelsinho Trad PSD MS Sim
Soraya Thronicke PODEMOS MS Não
Tereza Cristina PP MS Não
Jayme Campos UNIÃO MT Sim
Margareth Buzetti PSD MT Sim
Wellington Fagundes PL MT Não
Beto Faro PT PA Sim
Jader Barbalho MDB PA Sim
Zequinha Marinho PODEMOS PA Sim
Daniella Ribeiro PSD PB Sim
Efraim Filho UNIÃO PB Sim
Veneziano Vital do Rêgo MDB PB Sim
Fernando Dueire MDB PE Sim
Humberto Costa PT PE SimTeresa Leitão PT PE Sim
Ciro Nogueira PP PI Sim
Jussara Lima PSD PI Sim
Marcelo Castro MDB PI Sim
Flávio Arns PSB PR Sim
Oriovisto Guimarães PODEMOS PR Não
Sergio Moro UNIÃO PR Não
Carlos Portinho PL RJ Não
Flávio Bolsonaro PL RJ Não
Romário PL RJ Não
Rogerio Marinho PL RN Não
Styvenson Valentim PODEMOS RN Sim
Zenaide Maia PSD RN Sim
Confúcio Moura MDB RO Sim
Jaime Bagattoli PL RO Não
Marcos Rogério PL RO Ausente
Chico Rodrigues PSB RR Sim
Dr. Hiran PP RR Não
Mecias de Jesus REPUBLICANOS RR Não
Hamilton Mourão REPUBLICANOS RS Não
Luis Carlos Heinze PP RS Não
Paulo Paim PT RS Sim
Esperidião Amin PP SC Não
Ivete da Silveira MDB SC Sim
Jorge Seif PL SC Não
Alessandro Vieira MDB SE Sim
Laércio Oliveira PP SE Sim
Rogério Carvalho PT SE Sim
Astronauta Marcos Pontes PL SP Não
Giordano MDB SP Sim
Mara Gabrilli PSD SP Sim
Eduardo Gomes PL TO Sim
Irajá PSD TO Ausente
Professora Dorinha Seabra UNIÃO TO Sim
Em ambos os turnos de votação, o placar foi de 53 votos a 24. Eram necessários 49 votos para a aprovação da proposta.
Agora, o texto terá de voltar à Câmara dos Deputados por conta das alterações feitas pelos senadores.
Desde o início do ano, o governo tem defendido a aprovação de um novo sistema tributário para o Brasil. O tema é debatido no Congresso há cerca de 30 anos.
Em linhas gerais, o texto da reforma tributária prevê que todos os produtos e serviços vendidos no país terão um imposto federal unificado por meio de um “IVA dual”.
Atualmente, o Brasil tem cinco tributos:
IPI, PIS e Cofins, que são federais;ICMS, que é estadual, e o ISS, que é municipal.A ideia é que o novo imposto una IPI, PIS e Cofins em uma tributação federal e outra estadual e municipal, que unificaria ICMS e ISS.
Na terça (7), a PEC foi aprovada na comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
Segundo o governo federal, a reforma tributária vai impulsionar a economia do país e simplificar o sistema de cobrança de tributos.
O que diz a PECPela proposta, haverá um período de transição para que a unificação de impostos ocorra. A ideia é que o prazo dure sete anos, entre 2026 e 2032.
A partir de 2033, os tributos atuais serão extintos e passará a valer a unificação.
Além disso, o texto prevê que, em 2026, haja uma alíquota de 0,9% para a CBS (IVA federal) e de 0,1% para IBS (IVA compartilhado entre estados e municípios).
Em 2027, os tributos PIS e Cofins deixam de existir e a CBS será totalmente implementada. A alíquota para IBS permanecerá em 0,1%.
No mesmo ano, o Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) deverá ser extinto para dar lugar a uma Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide).
Entre 2029 e 2032, as alíquotas do ICMS e do ISS serão reduzidas, enquanto o IBS terá uma elevação gradual.
Por fim, em 2033, o novo modelo tributário passa a vigorar de forma integral e o ICMS e o ISS são extintos.
Cesta básica e “cashback”O Senado alterou aspectos relacionados à cesta básica que estavam contidos no texto aprovado na Câmara.
Na prática, o relatório manteve a isenção à cesta básica, mas limitou seus itens, que serão definidos por lei complementar.
O texto também criou uma “cesta estendida”, com desconto de 60% do IVA e cashback para a população de baixa renda que consumir estes produtos.
Ficaram isentos da reforma produtos de hortifrúti, frutas e ovos. Produtos de higiene e limpeza tiveram desconto de 60%. Itens voltados à saúde menstrual começam com desconto de 60%, mas podem ficar isentos após a regulamentação.
A proposta estabelece que 13 setores do país terão um corte de 60% de tributos. São eles:
Serviços de educaçãoServiços de saúdeDispositivos médicos, incluindo fórmulas nutricionaisDispositivos de acessibilidade para pessoas com deficiênciaMedicamentosProdutos de cuidados básicos à saúde menstrualServiços de transporte coletivo de passageiros rodoviário e metroviário de caráter urbano, semi urbano e metropolitanoAlimentos destinados ao consumo humano e sucos naturais sem adição de açúcares e conservantesProdutos de higiene pessoal e limpeza majoritariamente consumidos por famílias de baixa rendaProdutos agropecuários, aquícolas, pesqueiros, florestais e extrativistas vegetais in naturaInsumos agropecuários e aquícolasProduções artísticas, culturais, jornalísticas e audiovisuais nacionais, atividades desportivas e comunicação institucionalBens e serviços relacionados a soberania e segurançaAlém disso, setores que ofereçam serviços de profissionais autônomos terão um corte de 30% de tributos. Uma lei complementar deverá listar os beneficiados.
A PEC prevê que a manutenção das reduções dessas alíquotas deverá ser reavaliada a cada cinco anos.
Templos religiososA PEC prevê que a cobrança de tributos será proibida para entidades e tempos religiosos, e organizações que prestem serviços assistenciais e beneficentes que estejam vinculados a entidades e templos.
Atualmente, a Constituição já proíbe a criação de impostos sobre a atividade de tempos religiosos.
“Imposto do pecado”O texto da reforma tributária ainda prevê a criação de um “Imposto Seletivo”, que será de competência federal e irá incendir sobre bens e serviços prejudiciais à saúde e ao meio ambiente, como cigarros e bebidas alcóolicas, armas e munições. O novo tributo é apelidado de “Imposto do pecado”.
A ideia é que o imposto seja cobrado em uma única fase da cadeia, sem incidir sobre exportações e operações com energia elétrica e telecomunicações.
Lira fala em ‘fatiar’ propostaO presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), disse nesta semana que a reforma tributária pode ser “fatiada”, o que possibilitaria a promulgação de partes da proposta que sejam consensuais entre deputados e senadores.
A ideia, segundo Lira, é que os pontos aprovados pelos deputados, em julho, e mantidos pelos senadores, sejam promulgados. Já os trechos modificados pelo Senado seriam discutidos à parte pela Câmara.
“O que nós vamos apreciar de tributária é o que o Senado alterou. A PEC pode ser, inclusive, promulgada no que for comum, e a gente vai discutir o que ficou divergente”, afirmou.
Fundo do AmazonasDurante a votação, o Senado acolheu, por 68 votos a 1, uma emenda que institui o “Fundo de Sustentabilidade e Diversificação Econômica do Amazonas”.
Pelo texto, o fundo, que será gerido pela União e contará com recursos federais, terá o objetivo de fomentar o desenvolvimento das atividades econômicas nos seguintes estados:
Acre;Amapá;AmazonasRondônia; eRoraima.Uma lei complementar vai estabelecer o montante mínimo de aporte anual de recursos e os critérios de reajuste.