UE diz que acordo com Mercosul "nunca esteve tão perto"; Bolsonaro "caiu do cavalo" com convite de Milei para Lula

UE diz que acordo com Mercosul
Redação O acordo entre os dois blocos é capitaneado por Lula, o maior líder sul-americano O Mercosul e a União Europeia estão perto de resolver um dos impasses que travam a aprovação definitiva de um acordo de livre comércio entre os dois blocos, que é negociado há mais de 20 anos. A secretária de Comércio da Espanha, Xiana Méndez, país que ocupa a presidência rotativa da UE neste semestre, disse nesta segunda-feira (27) que as duas partes "nunca estiveram tão próximas de concluir as negociações sobre os documentos adicionais em matéria de sustentabilidade, que podem favorecer a assinatura do acordo". Capitaneado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o Mercosul exige mudanças em um documento proposto pela UE no início do ano com sanções em caso de descumprimento de metas ambientais. Em diversas ocasiões, o líder brasileiro afirmou que essa carta adicional era "inaceitável" e representava uma "ameaça" ao bloco sul-americano. Segundo Méndez, que participou de uma reunião da UE em Bruxelas, a cúpula de líderes do Mercosul em Brasília, em 7 de dezembro, é uma "janela de oportunidades" para acelerar as negociações. Por sua vez, o vice-presidente da Comissão Europeia, poder Executivo da UE, Valdis Dombrovskis, disse que o bloco continua "trabalhando intensamente" por um acordo. As tratativas ganharam um novo sentido de urgência após a vitória do ultradireitista Javier Milei, crítico do Mercosul, nas eleições para presidente da Argentina e a sua posse no próximo dia 10 de dezembro. “Choque de realidade”Ao que parece, Milei tomou “um choque de realidade”, ao perceber que estava indo por um caminho econômico equivocado e, no último domingo (26), a futura chanceler indicada por ele, Diana Mondino, veio ao Brasil em uma visita-surpresa, se reuniu com o ministro das Relações Exteriores do Brasil, Mauro Vieira, e defendeu a "importância de assinar" o acordo UE-Mercosul "o quanto antes". O recuo de Milei, que antes fazia ataques a Lula e o Mercosul, fazendo agora sua chanceler de portadora de uma carta onde trata Lula de “estimado presidente”, convidando-o para a posse, desagradou Bolsonaro e seguidores que viam no presidente argentino uma espécie de “instrumento” para atacar o chefe de Estado brasileiro e, assim, fornecendo material para eles reproduzirem na mídia as agressões. Caíram do cavalo!