O influenciador digital e cantor Rafic Mohamad Yassine, que soma mais de 300 mil seguidores no Instagram, ingressou com uma queixa-crime na Justiça contra a influencer bolsonarista Amanda, acusando-a de calúnia e difamação por publicações feitas nas redes sociais. O caso tramita na 10ª Vara Criminal de Cuiabá.

Na ação, Rafic sustenta que Amanda extrapolou os limites da liberdade de expressão ao publicar, em dezembro de 2023, conteúdos em que o chamava de “ex-presidiário” e “golpista”. Segundo a petição, as postagens teriam ocorrido após o influencer receber uma Moção de Aplausos da Assembleia Legislativa de Mato Grosso, o que teria motivado reações negativas da influencer.

Para reforçar o pedido de condenação, Rafic anexou ao processo documentos de outro caso judicial no qual Amanda foi condenada por tentar enganar a Justiça com um comprovante falso de pagamento via PIX. A defesa dele argumenta que o histórico revela um padrão de conduta e demonstra a gravidade das ofensas, que, segundo a ação, atingiram não apenas sua honra, mas também a de seus familiares.

A defesa de Amanda, no entanto, pede que a Justiça desconsidere os documentos anexados. Os advogados afirmam que não há relação entre os processos e que a iniciativa de Rafic teria como objetivo provocar tumulto processual e influenciar indevidamente o julgamento. A petição sustenta que o material é manifestamente impertinente ao mérito da queixa-crime, que se limita a supostos crimes contra a honra.

Ainda conforme a defesa, a inclusão dos documentos viola entendimento consolidado do Superior Tribunal de Justiça, especialmente a Súmula 444, que veda o uso de inquéritos ou ações penais em curso para prejudicar o réu. Os advogados destacam que apenas fatos diretamente relacionados ao caso devem ser admitidos como prova.

Enquanto a influencer ganhou notoriedade recente por polêmicas envolvendo pensão alimentícia, condenação por fraude com PIX falso e, mais recentemente, denúncia por suposto exercício ilegal da medicina ao divulgar dicas de saúde nas redes sociais, Rafic também acumula episódios controversos.

Em 2019, ele foi preso após ameaçar divulgar imagens íntimas da ex-namorada. Em 2023, acabou detido durante uma blitz ao dirigir um Porsche sem placa, veículo que seria de seu pai. Já em 2024, tentou disputar uma vaga de vereador em Cuiabá, mas teve a candidatura indeferida em razão de condenação em segunda instância por crime contra a dignidade sexual.

A Justiça ainda deve decidir sobre a validade das provas anexadas e dar andamento à queixa-crime que apura se houve, ou não, calúnia e difamação nas publicações feitas nas redes sociais.